Uma Lição na História (Comercial) do Brasil – O nosso primeiro grande negócio

Uma reflexão sobre escambo, espelhinhos e história do Brasil Muitos pesquisadores garantem que os portugueses só trouxeram gente que não prestava para o Brasil. A maioria ratifica que esses nós-cegos vieram como escravos, prisioneiros e aventureiros. Até hoje, ninguém se conforma com a troca que eles fizeram com os índios nativos: permuta de espelhinhos por pepitas de ouro. Aliás, eram pedronas preciosas.

Mas venda é uma relação de troca. Portanto, vamos analisar com calma e discernimento o que realmente aconteceu. Vejamos: para os portugueses o ouro era raro e muito importante. Aliás, era caro e muito valioso. Para os nativos, o espelho era raro e muito importante.

Aliás, era mágico e muito interessante. Portanto, concluímos que dependendo do ponto de vista de cada um, este foi o nosso primeiro grande negócio, pois naquela época, ambos saíram ganhando, felizes com a negociação.

Um cliente acha que o produto é caro, quando julga que o valor investido vale mais do que o bem recebido. Ele vai achar barato, quando perceber que a importância que está pagando vale menos do que o produto adquirido. O preço sempre será justo quando os dois lados saem ganhando.

Algumas pessoas acham que os portugueses levaram vantagem naquele negócio. Outros defendem que os índios ganharam muito mais.

Outros defendem que os índios ganharam muito mais, devido os valores que foram desenvolvidos a partir do momento em que os nativos descobriram a própria imagem, que só conheciam quando se olhavam em lagos de águas límpidas e paradas. O espelho era mais prático porque os índios podiam levar consigo para onde quer que fossem.

Além dos portugueses, os franceses e os holandeses também estiveram por aqui. Os espanhóis fortaleceram a guerra pelo comércio e propuseram verdadeiros Tratados, como os seguintes: de Madri, Santo Ildefonso e de Badajós.

As Capitanias Hereditárias, antigas circunscrições territoriais das colônias de Portugal, definiram cada uma das antigas divisões administrativas e comerciais do Brasil. São inúmeras, as outras lições: as Entradas e Bandeiras; a Guerra dos Emboabas; as lavras; as datas e os faiscadores. Devemos pesquisar e estudar essas aulas de comércio na História do Brasil. As escolas e as Universidades nunca ensinaram essas lições. Elas só se preocupam em passar provas com nomes e datas, enquanto os fatos são mais importantes. Nunca estudamos profundamente a História Comercial do Brasil e já se passaram 500 anos. Somente um estudo de Sociologia, mais especificamente de Morfologia Social, que é a parte da Sociologia que estuda a forma ou estrutura dos seres organizados, poderia mostrar os impactos da história acima sobre os nossos hábitos de consumo atuais. O jeitinho brasileiro de tirar e levar vantagens em tudo o que faz é, portanto, histórico, herdado e mesclado por etnias. Durante séculos, os comerciantes se habituaram a explorar, baseados nos conceitos errados sobre trocas, como citado no começo deste artigo. Ao mesmo tempo, os consumidores se acostumaram a pechinchar ou usar o poder de barganha para obter o máximo de vantagens em todos os negócios feitos. Isto não é um negócio da China, nem tampouco um presente de grego. É, sim, o jeitinho brasileiro de vender e comprar. Do mais por menos, ou utilizando a lei do menor esforço, com lucro. Devemos reciclar os nossos conhecimentos sobre a verdadeira História do Brasil. Hoje, vamos decorar mais esta lição… Mas não vale colar!!!

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