Vendedor: entre a verdade e a ficção

Roberto era expansivo, tinha papo fácil. Nunca foi o melhor da classe, mas fazia o tipo ?média performance? com o mínimo esforço, ambicioso. Roberto era expansivo, tinha papo fácil. Nunca foi o melhor da classe, mas fazia o tipo ?média performance? com o mínimo esforço, ambicioso.

Na hora de decidir que carreira seguir, pesquisou com amigos, parentes e até na internet: ?Serei um grande vendedor!?, e saía desfilando as vantagens da profissão:

· Vendedor não tem chefe chato por perto.

· Vendedor pode sair com o carro da empresa, conhecer pessoas, cidades e estados.

· Vendedor é de atividade fim, e não meio. Sempre querem um bom homem de vendas.

· Vendedor tem jornada flexível, se o dia rendeu, vai para casa mais cedo.

· Vender é gostoso, dá vontade de mais, a adrenalina dá impulso.

E, assim, o mundo corporativo ganhou mais um vendedor. Roberto foi à luta, cheio de gás. Logo no início, ficou internado durante duas semanas para conhecer os produtos, especificações, aplicação, concorrência e mercado. Depois, começou a fazer visitas ao lado de um vendedor sênior de quem não desgrudava.

Mas a sua redenção logo chegaria. Foi liberado para ir à rua e descobriu que:

· Enfrenta longas jornadas, pois as distâncias não permitem ir e voltar rapidamente.

· Convive com extremos: ora bom humor excessivo ora mau humor de clientes.

· Agüenta chás de cadeira, nas frias recepções das empresas, sem perder o charme.

· Enfrenta o calor do País tropical, carro motor mil sem ar-condicionado, mantendo o ?sorriso de aeromoça? na chegada aos clientes.

· Não tem chefe por perto, mas recebeu metas para cumprir, relatórios para fazer, número de visitas por dia, indicadores para manter e para desenvolver clientes.

· Parte da sua remuneração é à base de comissões, se não vender não leva. · As metas não se restringem às vendas físicas, têm de dar retorno pela margem de contribuição, fazer resultados.

· É necessário pesquisar o mercado e estar atento à concorrência, saber do percentual de participação de sua empresa em cada negócio.

· Não vê mais, com freqüência, seus colegas, superiores e familiares; passa tudo por computador de mão e notebook.

Roberto ganhara uma profissão, mas ? ufa! ? já sonhava com férias. Estava conhecendo a face do mundo comercial sem o falso glamour de quem olha a distância.

Nas duas fases da vida de Roberto, verdades e reflexões sobre a profissão e uma certeza: vender, hoje, não é tarefa para qualquer um, pois exige muitas competências: formação, talento, atitude e transpiração.

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