Você sabe quais são os segredos de sua empresa?

Desvende os segredos de sua empresa

Segredos fazem parte de nossas vidas. Todas as pessoas os têm, tiveram ou terão um dia. Alguns são “segredos de estado”, que devem ser guardados do restante do mundo, já outros são menos importantes e acabamos contando para os mais próximos. Entretanto, de qualquer forma, todos são segredos. Mas, e no mundo corporativo, será que também existem segredos? Há algo que não esteja tão claro em sua empresa?

A consultora norte-americana Cynthia Shapiro, especialista em carreira, garante que sim. Tanto que publicou o livro Corporate confidential: 50 secrets your company doesn’t want you to know – and what to do about them (ainda não publicado no Brasil, mas que, em tradução livre, significa Arquivo confidencial das empresas: 50 segredos que sua empresa não quer que você conheça – e o que fazer a respeito deles). Curioso para saber que segredos são esses? A Motivação desvendou 10 deles para você e ainda trouxe a opinião de quem entende do assunto para mostrar o que acontece de verdade – pelo menos no Brasil. Confira!

 

1. É perigoso seguir o que a empresa diz

Segundo Cynthia, o que realmente importa não é o que a empresa diz considerar importante, e sim o que ela faz para mostrar seus valores, missão e visão. A especialista dá o seguinte exemplo: “Os executivos vivem dizendo que valorizam muito a experiência, mas veem que, no dia a dia, funcionários com mais tempo de casa acabam sendo substituídos por profissionais mais jovens”.

 

Opinião brasileira

Para Irene Ferreira Azevedo, coach e especialista em recursos humanos, isso realmente deve ser considerado pelos colaboradores de empresas no mundo todo. No entanto, ela acredita que o exemplo dado por Cynthia é um pouco exagerado, já que conceitos podem mudar com o tempo e profissionais deixarem de ser importantes, apesar de estarem na corporação há anos. “A transparência é um fator importante, faz com que as companhias sejam mais bem-sucedidas em seu campo de atuação, e o colaborador deve analisar esse aspecto antes de iniciar carreira em determinada organização. Quando já está lá, resta apenas jogar o jogo”, assegura.

 

Dica de ouro: dê o seu melhor sempre. Esforce-se para ser, a cada dia, um profissional mais preparado e para garantir seu sucesso sem se preocupar com a idade ou falta de experiência.

 

2. Seu chefe é seu parceiro mais importante

Você tem seu gestor como aliado? Cynthia garante que é ele quem possui poder sobre sua carreira dentro da empresa. Portanto, a parceria com ele é fundamental.

 

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Marcelo Abrileri, especialista em carreira e presidente da Curriculum.com.br, acredita que essa é uma grande verdade. No entanto, adverte que o profissional precisa saber que tal regra não deve ser levada “a ferro e fogo”, como uma verdade absoluta. “Há chefes e chefes. Na maioria das vezes, realmente devemos contar com nosso superior como parceiro, mas, em alguns casos, isso não é possível. Em resumo, não é porque seu líder pode vir a ser seu aliado que você deva permanecer amparado apenas pelo poder dele”, afirma.

 

Entretanto, Irene vai além: “Para mim, o indivíduo mais importante na carreira de um profissional dentro de uma empresa é ele mesmo. Tudo o que uma pessoa deseja construir precisa ser com base no próprio esforço, vontade e dedicação”.

 

Dica de ouro: seguindo os conselhos dos dois especialistas e, indo um pouco além, podemos afirmar que toda relação dentro de uma organização pode gerar frutos positivos. Então, alie-se às pessoas que podem ajudá-lo a crescer na empresa.

 

3. Se você estiver no campo errado, pode ser confundido com o inimigo

Em vez de separar “nós” (colaboradores) “deles” (líderes), que tal jogar no mesmo time? Cynthia afirma que você não pode pensar “neles” como inimigos, pois, assim, sua carreira vai emperrar.

 

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Irene segue o mesmo pensamento da autora norte-americana. Para ela, não existem inimigos em uma organização. No entanto, as pessoas também acabam exagerando e confundem relação profissional com amizade e dependência. “Uma coisa é ter um bom relacionamento com seus líderes e outra, completamente diferente, é achar que eles são seus amigos”, afirma. O colaborador precisa entender as atitudes dos empreendedores, pois eles não estão nesse jogo para brincar, mas para construir uma empresa sólida e lucrativa.

 

Dica de ouro: mais uma vez, a questão dos relacionamentos entra em pauta nos segredos apresentados por Cynthia. Portanto, nunca é demais ressaltar: cuide de seus relacionamentos no ambiente de trabalho, mas trate-os de forma profissional.

 

4. A maneira como você trabalha é mais importante que o que você produz

O que vale mais: produzir muito ou produzir pouco, mas fazer bem-feito? A autora garante que é o modo como você trabalha, e não a quantidade de trabalho que executa que vai garantir seu sucesso. “Profissionais bem-sucedidos são aqueles que conseguem ir além e alinhar suas atividades com o futuro da empresa”, destaca.

 

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Irene concorda com Cynthia e complementa: “As pessoas que conseguem o sucesso, além de se preocuparem com o jeito que desempenham suas funções, também se atentam à maneira como vão comunicar isso aos seus superiores – e esse é o seu maior diferencial”.

 

Dica de ouro: para apresentar a forma como você executa seu trabalho e o que tem feito de maneira mais efetiva, procure colocar tudo em um papel e criar uma apresentação que não pareça forçada nem artificial. Seja você mesmo nessa comunicação!

 

5. Há quatro coisas que as empresas valorizam: ser flexível, vendedor (de si mesmo e de seu trabalho), saber falar bem em público e sonhar grande

De acordo com Cynthia, essas quatro características são esperadas pelas empresas de uma forma geral, sendo, portanto, fundamental desenvolvê-las.

 

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Marcelo e Irene não concordam com a autora. Ele acredita que depende do cargo que a pessoa exerce dentro da empresa: “Concordo totalmente se o colaborador estiver num cargo de liderança, mas discordo, em partes, se a função for operacional, pois se um funcionário que exerce um cargo como esse é bom vendedor, fala bem e sonha grande, pode acabar sendo um problema. Existem outros pontos que são importantes e que, a meu ver, precisariam ser contabilizados, como a inteligência emocional, visto que o ato de se relacionar vem se tornando cada vez mais relevante”.

 

Já Irene discorda completamente: “Eu diria que o maior segredo que você pode ter para ser bem-sucedido é se conhecer muito bem e também procurar saber mais sobre a empresa em que trabalha. Nem sempre o falar bastante, ser bom vendedor de si mesmo e pensar grande é importante para uma organização. As pessoas que se conhecem e conseguem fazer uma leitura adequada do ambiente de trabalho é que são profissionais bem-sucedidos”.

 

Dica de ouro: para conhecer a empresa em que você trabalha, procure analisar os colaboradores que possuem mais anos de casa e verificar quais são as características comuns entre eles a fim de entender o que a organização valoriza.

 

6. Não tenha medo de recusar uma promoção

Apesar de uma promoção significar aumento de salário, nem sempre ela vem no momento oportuno e pode não ser seu objetivo profissional. Aí, você aceita apenas porque aquele é “o sonho de todo mundo”. Entretanto, Cynthia explica que recusar uma promoção não fará de você um profissional fracassado nem malvisto pelos colegas de equipe. Assim, vale a pena não aceitar esse tipo de oferta se acreditar que é o melhor para você naquele momento.

 

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“Eu acho que o mais importante de tudo é você ter em mente quais são seus reais objetivos de carreira. Se aquele não é o momento ideal para assumir uma nova posição, não há por que aceitar a promoção”, constata Irene – ou seja, o segredo de Cynthia é válido também na opinião de Irene.

 

Já Marcelo acredita que recusar uma promoção pode prejudicar a visão que a empresa tem a respeito do colaborador: “Promoções significam não só aumento de salário como também de responsabilidades, mas, se o profissional não se sente preparado naquele momento para assumi-las, é importante reconhecer isso, recusando o novo cargo. No entanto, ao agir dessa forma, o profissional pode acabar sinalizando falta de confiança e ambição e indisposição para crescer. Portanto, é preciso levar esse detalhe em consideração na hora da decisão”.

 

Dica de ouro: como essa pode ser uma decisão difícil, não tome atitudes precipitadas. Se receber uma proposta de promoção, peça um tempo para refletir sobre ela e também sobre as consequências que essa mudança pode lhe trazer.

 

7. As empresas têm memória curta

Talvez, esse seja o segredo mais polêmico apresentado no livro. Entretanto, Cynthia defende que se, após cometer alguns erros e deslizes, você passar a ter atitudes mais positivas, logo todos se esquecerão de seu passado e você ainda terá a chance de dar uma reviravolta em sua imagem profissional.

 

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“Não acho que isso seja uma verdade absoluta”, diz Irene, que complementa: “Em empresas estáveis, ou seja, nas organizações em que todos querem trabalhar, infelizmente as pessoas ficam rotuladas em virtude de pequenos erros. Desse modo, acredito que a memória fraca esteja mais presente nas companhias em que o índice de turnover é alto, nas quais os erros se repetem tanto que se tornam banais”.

 

Para Marcelo, quem tem memória curta não é a empresa, mas sim as pessoas que trabalham nela. Dessa forma, ele afirma que os seres humanos se lembram muito mais dos erros que dos acertos dos outros. Por isso, concorda com Irene no fato de esse não ser um segredo completamente verdadeiro. “Sem dúvida, o tempo é o melhor remédio. Além disso, a mudança de postura com o reconhecimento do erro ajudará muito a apagar em um menor espaço de tempo a falha cometida”, completa.

 

Dica de ouro: apesar de as opiniões a respeito desse tema serem um pouco diferentes, o fato é: por que arriscar se é possível evitar um desgaste? Faça de tudo para não ter de contar com a memória fraca de seus líderes e colegas. Dê o seu melhor sempre e não conte com a sorte, pois ela pode dar chance para o azar.

 

8. Competência não é o mais importante

O marketing pessoal, a maneira como você se apresenta, é, de acordo com o livro, um dos fatores fundamentais para o sucesso em uma corporação. Portanto, além de estar bem preparado intelectualmente, o profissional que deseja alcançar o sucesso precisa também estar com a questão comportamental bem desenvolvida, ou seja, a atitude conta tanto quanto a competência.

 

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Irene explica que competência é um conjunto de habilidades, atitudes e conhecimentos que se misturam e formam um todo coeso. Por isso, é impossível distinguir uma coisa da outra, o que leva a crer que todos esses aspectos são igualmente importantes.

 

Dica de ouro: estar em constante desenvolvimento é a chave para vencer esse segredo. Então, desenvolva seus conhecimentos, habilidades e atitudes e tenha a competência necessária para alcançar o sucesso em sua carreira.

 

9. O RH não é seu amigo

Cynthia afirma que muitas pessoas veem o departamento de recursos humanos como uma espécie de confessionário, esquecendo que os profissionais que trabalham lá também são subordinados à empresa. Assim, acabam, muitas vezes, falando demais. Segundo a autora, essa é uma visão equivocada do trabalho do RH.

 

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Irene assegura que “o papel do RH não é ser o muro das lamentações dos colaboradores, mas entender a estratégia da empresa e fazer com que as pessoas consigam executá-la por meio de seu trabalho”. Ou seja, esse é mais um segredo que funciona na prática, de acordo com Irene.

 

Dica de ouro: você está precisando desabafar algo que aconteceu no ambiente corporativo? Que tal evitar fofocas e deixar para comentar em casa, com alguém que é alheio à situação? Isso pode ser melhor para você. No entanto, é claro que os assuntos estratégicos devem ser tratados diretamente com o RH.

 

10. Ter amigos na empresa pode ser perigoso

“Certa vez, conheci uma moça que era ótima profissional, do tipo entusiasmada com o trabalho e feliz com a empresa. Entretanto, ela tinha uma amiga que era o oposto. Em um processo de demissão, ambas foram dispensadas juntas”. Baseada nesse exemplo, Cynthia afirma: “Tome cuidado com suas amizades ou seja discreto para não ser prejudicado”.

 

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Irene acredita que casos como o exemplo citado por Cynthia podem sim acontecer, mas não são regra quando o assunto é amizade no ambiente corporativo, pois, muitas vezes, um colega de trabalho pode agir de maneira positiva. “O importante é saber identificar que tipos de pessoas podem trazer benefícios e quais são prejudiciais para sua carreira”, aponta.

 

Dica de ouro: procure conhecer melhor as pessoas antes de confiar nelas. Dessa forma, será mais fácil se aproximar de colegas que podem ajudar você e se afastar daqueles que podem prejudicar sua carreira.

 

Para derrubar os segredos

Como você pôde perceber, os segredos que Cynthia revela em seu livro são fáceis de ser entendidos e superados. No entanto, no dia a dia, é comum que eles passem despercebidos, e que cometamos o que ela chama de “erros”. Irene acredita que está faltando atenção aos pequenos detalhes, que podem garantir o sucesso em nossas carreiras. “A superação de pequenos obstáculos é fundamental para o profissional que busca conseguir grandes resultados, pois é justamente neles que os segredos revelados pela autora se escondem. Portanto, lutar para superá-los significa percorrer um pedaço do caminho para o sucesso profissional”, finaliza.

 

Motiva Plus

Quer saber quais são os outros segredos que Cynthia Shapiro apresenta em seu livro? Então, acesse o site: www.motivaonline.com.br, clique na seção Motiva Plus e confira a lista completa com os 50 segredos que podem estar presentes em sua empresa.

 

Para saber mais

Livro: Corporate confidential: 50 secrets your company doesn’t want you to know – and what to do about them 

Autora: Cynthia Shapiro

Editora: St. Martin’s Press

 

Visite os sites:

Marcelo Abrileri – www.curriculum.com.br

Irene Azevedo – www.bbs.edu.br

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