Dialogando com o chão de fábrica

As pesquisas apontam para a comunicação como o maior problema entre as empresas. Invariavelmente as pesquisas de avaliação do clima organizacional nas corporações apontam para a comunicação como o maior problema entre empresas de todos os portes e segmentos. Mas, de qual comunicação estamos falando, já que tudo está diretamente ou indiretamente relacionado a ela?

Especialmente no chamado chão de fábrica, operadores se queixam de falta de informações vindas das gerências. Por outro lado, as gerências se sentem incompreendidas pelos operadores. A questão freqüente é: será que ninguém me entende? O cenário é de perplexidade dos dois lados. Então, onde está o problema e qual a solução adequada?

A comunicação é uma competência genérica e abrangente . Por estes motivos as abordagens e intervenções nem sempre são eficazes para resolver ou sanar os problemas identificados nas pesquisas de clima. As estratégias contidas nos planos de comunicação por níveis hierárquicos (primeiro escalão, média gerência, supervisores, facilitadores e operadores) nem sempre funcionam.

Observando estes acontecimentos e utilizando três modelos como base para identificação da linguagem e da forma adequada de comunicação com os diferentes públicos, montei um programa para a criação de uma estratégia eficiente de comunicação.

Esta abordagem procura qualificar a situação e considerar a comunicação em fases diferenciadas de compreensão da mensagem, pelo receptor. Considera a capacidade do receptor em compreender, assimilar, revelar, e mais, saber o que vai fazer com a informação. As teorias usadas são:

1-Ciclo vital de liderança (Paul Hersey e Kenneth Blanchard) ? A estratégia da comunicação está centrada no grau de maturidade do receptor para determinada tarefa (modelo de liderança), considerando sua capacidade e disponibilidade para receber e processar as informações;

2-Matriz dos steakholders ? Esta estratégia está centralizada na identificação do público envolvido. Saber identificar quem é parceiro, quem é aliado, quem está contra seu projeto ou quem está em “cima do muro”, pois existem formas diferentes de comunicação com cada público;

3-Curva da mudança ? Modelo baseado na medicina, contempla os diferentes estágios nos quais as pessoas situam-se no processo de mudança: negação, resistência, exploração e comprometimento.

Tendo clareza da demanda, do público-alvo da comunicação, e com base nestes modelos sugeridos, é possível identificar as diferentes reações das pessoas e adotar a ação mais eficaz da comunicação.

O diálogo e o feedback como práticas permanentes de gestão, são extremamente importantes para a manutenção do comprometimento no processo da comunicação, pois muitas vezes, a comunicação merece atenção redobrada.

Pode ser trabalhada com constância e intensidade. Outras vezes deve ser realizada com base nos mais variados recursos internos disponíveis na empresa.

A generalização da comunicação, a maneira arcaica de se comunicar por níveis hierárquicos e a falta de clareza do diagnóstico do público-alvo, podem comprometer a eficácia da comunicação e remeter à célebre frase:

– “Será que estou falando grego?!”

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