Quem é a minha empresa e quem são os meus funcionários?

Muitos empresários, apesar de serem considerados bem-sucedidos, questionam-se sobre a questão acima e não conseguem chegar a nenhuma conclusão ou a respostas definitivas. Muitos empresários, apesar de serem considerados bem-sucedidos, questionam-se sobre o título do artigo e não conseguem chegar a nenhuma conclusão ou a respostas definitivas.

É difícil responder essas perguntas? Tentamos, então, as possíveis e prováveis explicações. Vamos considerar, em primeiro lugar, a empresa como um organismo vivo. Denominamos uma empresa de organização, que deriva de organismo, não é? Daí partiremos para a subdivisão do organismo ou organização, de forma rápida e resumida, para fácil compreensão, da seguinte forma:

    · Mente (proprietários)
    · Cérebro (diretores e gerentes)
    · Membros (setores)
    · Órgãos (departamentos)
    · Células (funcionários)
    · Coração (vendedores, pois são eles que fazem fluir e circular a vida, o sangue no organismo)

Está comprovado pela ciência que a mente ?comanda? o corpo em vários aspectos. Uma mente ?doentia” e fraca perde, aos poucos, a capacidade de dominar o próprio corpo (organismo), gerando desequilíbrio químico no cérebro, contribuindo para o aparecimento de várias doenças denominadas ?psicossomáticas?, como diversos tipo de alergia, ansiedade, depressão, problemas cardiorrespiratórios, entre outras tantas. Afeta também os neurônios e, como conseqüência, atinge as partes vitais do corpo, órgãos, células e o sangue, que vão se tornando cada vez mais deficientes. Não respondem mais aos estímulos transmitidos pelo cérebro, que está sob o comando da mente doente, até que chega um momento em que o coração torna-se também doente. E pode chegar, em casos extremos, a parar de bater.

Um organismo (organização) tem de vibrar em total harmonia. Para isso, tomamos vitaminas, nos alimentamos de forma adequada, praticamos exercícios físicos, mentalização positivista e relaxamentos, com a finalidade de não deixarmos o coração parar de bater. Concluímos que uma empresa tem de funcionar plenamente saudável, como um organismo vivo. E sem o sangue será impossível viver.

A empresa (organismo) investe em publicidade, marketing, logística, mídia, escritórios e showrooms luxuosos, equipamentos de produção, informática, todos considerados de última geração e assim por diante. Mas, depois de implantar tudo isso, quem vai vender, mesmo com os avanços tecnológicos da internet?

Em 90% dos casos, é necessária a contratação do vendedor pracista, interno, telemarketing, plenamente qualificados, treinados, habilitados. E como conseguir ter sucesso nas vendas e corresponder às estratégias implantadas, ao contratar um profissional de Vendas em perfeitas condições? Quais são as exigências que as empresas fazem ao anunciar em classificados de empregos?

Teoricamente, como todo profissional interno (técnicos, administrativos, operários), com a sua carteira de trabalho devidamente registrada, o vendedor deveria trabalhar nas mesmas proporções, não é? Pois o mesmo não acontece com o vendedor!

No Brasil “globalizado e da falida reengenharia?, o vendedor não tem nenhuma segurança financeira, trabalhista e de saúde, na maioria das empresas. As possibilidades de ascensão na organização são remotas, pois são considerados e prejulgados pelos patrões e gerentes como folgados, pelo fato de atuarem nas ruas e ninguém poder observá-los de perto. Será verdade tal afirmação?

O profissional de Vendas, nos dias de hoje, para exercer suas atividades em uma empresa, tem de ter formação acadêmica, falar idiomas, ter plenos conhecimentos de informática, excelente aparência, e exige-se envio de currículos com fotos. Qual a necessidade da foto? Discriminação? No caso de vendedores que atuam em lojas de comércio variado e em shoppings, exige-se disponibilidade para trabalhar nos finais de semana com uma folga durante a semana. Em outros casos, exige-se disponibilidade de viagens, automóvel com dois anos de uso, possuir computador, celular, residir próximo ao emprego, ter carteira de clientes, além da pressão exagerada exercida por parte de seus superiores.

Se observarmos os classificados de empregos com mais atenção, notaremos anúncios com os seguintes títulos, pois sem os requisitos abaixo não serão admitidos.

Engenheiros de Vendas
Vendedor projetista, com formação em Arquitetura e Design. Engenheiros, dentistas, advogados, professores e outros profissionais com formação acadêmica, para trabalhar em Vendas.

    1. O engenheiro de Vendas, além de atender os clientes, tem de projetar a peça a ser fabricada.
    2. O vendedor projetista, normalmente selecionado por um fabricante de móveis, além de projetar o design do mobiliário, tem de criar um ambiente aconchegante para o cliente, pelo fato dele ter plenas condições de desenhar, entre outras atribuições.
    3. Neste item, obviamente são admitidos por conhecerem a fundo suas qualificações, o que os capacita melhor para demonstrar os seus produtos e qualidades dos mesmos para seus clientes.

No final do mês, recebem somente a comissão sobre as vendas realizadas. E os projetos executados, elaborados, ambientes criados, design desenvolvidos pelo profissional de Vendas, todo o conhecimento adquirido em uma vida, investimento pessoal, como ficam?

Para muitos empregadores e empresários, o departamento de Vendas e seus componentes não têm a menor importância, o que vale é a produção em andamento. Tecnologia e pós-venda são assuntos secundários!

Recentemente, ao perguntar para um empresário que pretendia contratar-me como consultor para a área de Marketing, Projetos e Vendas, sobre as atuais condições de trabalho, referindo-me somente ao pagamento de comissões sobre as vendas, ele respondeu: ?Já pago comissões sobre as vendas, por isso não pago pelos projetos e desenhos executados”. Respondi, então: “Como ficam os projetos que não foram vendidos, também executados pelo arquiteto, designer, engenheiro, todos vendedores? A sua empresa não está contribuindo para a inversão de valores éticos e profissionais??. Sem resposta!

Conclusão: o vendedor, com formação acadêmica ou não, comprovadamente hábil nas suas funções é contratado pela maioria dos empresários para projetar e criar gratuitamente, pois a empresa não terá a necessidade de constituir um departamento de projetos e, no fim das contas, não terá mais um custo no final do mês.

Isso acontece com freqüência na maioria das empresas, principalmente nas que comercializam e fabricam móveis. São os chamados “vendedores projetistas”. Tal denominação já define as duas atividades acumuladas:

    · A função de vendedor.
    · A função de projetista, o que desenha, cria, desenvolve ambientes, peças.

Essa última não é remunerada! Sem citar o fato de as empresas darem preferência ou exigirem que o vendedor trabalhe na condição de autônomo, pois ficarão livres dos encargos sociais, devido à alta carga tributária vigente no País.

Esse é um caso a ser discutido entre os nossos governantes, empresários e entidades de classe, se realmente tiverem vontade política. Somando a publicidade em geral, o vendedor é o sangue das empresas. Sem vendas e vendedor, a empresa ou organização não sobreviverá.

Com certeza, tais abusos por parte de muitos empregadores são cometidos em outras profissões, acarretando para esses profissionais sérios problemas de saúde, por exemplo: depressão, ansiedade, doenças psicossomáticas, dores pelo corpo, apatia, astenia e outros males constatados cientificamente de ordem emocional.

Estarão, também, doentes as empresas (organismo, organização) que atuam dessa forma e (des)consideram seus profissionais de Vendas?

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